Introdução à geração de energia solar remota

Por Lester Izaac, CTO Solexor

Cada vez mais as empresas vem buscando maneiras de reduzirem seus custos, de diminuir ao máximo a volatilidade dos preços que compõem seus custos de produção, e ainda, de terem processos cada vez mais limpos e renováveis.

Quando falamos de energia elétrica, a primeira opção que é analisada é a energia fotovoltaica.

Infelizmente, muitas empresas não tem a área necessária para produzirem toda a energia de que precisam, seja porque o telhado é insuficiente ou frágil, ou porque há condições de sombreamento impeditivas, e a grande maioria também não tem área no solo disponível para instalar uma usina solar.

Para contornar essa situação, existe a possibilidade de se construir uma usina remotamente, numa área rural, por exemplo.

Este artigo irá explicar como usar essa alternativa para ser autossuficiente em energia.

O QUE É GERAÇÃO REMOTA?

A geração remota nada mais é do que instalar uma usina geradora em um local diferente daquele que irá consumir essa energia. Esse lugar pode ficar do lado ou a centenas de quilômetros de distância da unidade consumidora.

Quero aqui focar no conceito de ‘auto-geração”, ou seja, geração de energia para atender ao consumo próprio da empresa ou do grupo empresarial, sem envolver comercialização da energia. Para isso, a usina remota precisa estar localizada dentro da área de concessão da distribuidora de energia que atende a unidade consumidora. Ex: Caso tenha uma empresa na cidade de Goiânia-GO, a usina remota poderá estar localizada em quase que qualquer lugar do estado de Goiás atendido pela concessionária local.

COMO FUNCIONA?

A usina remota é conectada à rede da distribuidora de energia. O local de instalação deve possuir acesso à rede (grid) e o titular dessa unidade consumidora (UC) remota deve ser o mesmo daquela UC que “receberá” os créditos da energia gerada.

Como assim? Bem, cada KWh produzido remotamente será injetado no grid e distribuído localmente, com inúmeros benefícios para as concessionárias, que poderão ter sua carga balanceada e uma oferta de energia para comunidades situadas no final da linha, com muita falha de fornecimento. No relógio de energia, é registrado que a usina de determinado CPF ou CNPJ injetou uma certa quantidade de energia na rede. Na concessionária, esse “crédito” de KWh é apurado e subtraído do total consumido pelas unidades consumidoras principais. Caso a diferença seja positiva para a empresa, ou seja, produziu mais energia do que consumiu, essa diferença ficará como crédito durante os próximos 60 meses. Se durante esse período houver algum mês onde empresa usou mais energia do que produziu, essa diferença que ficou como crédito entrará na compensação.

PORQUE ESCOLHER UMA GERAÇÃO REMOTA?

Existem vários fatores, entre eles:

  • Ausência de área para instalação da usina na própria empresa
  • Restrições urbanísticas, como tombamentos em construções históricas
  • Restrições técnicas como sombreamentos gerados por obstáculos naturais (montanhas, florestas, etc) ou por edificações altas, ou mesmo por falta de resistência da estrutura do telhado para suportar cargas.
  • Cidades com muita poluição atmosférica e tipos de sujeira que derrubam o desempenho da usina
  • Ganho de escala, já que pode-se reunir várias unidades consumidoras para construir uma só usina compartilhada remota, reduzindo custos de instalação e manutenção.
  • Reduzir o custo da energia e congelar o preço da energia por pelo menos 20 anos. Levando-se em conta uma série de variáveis técnicas e econômicas, e cruzando essas informações com a vida útil mínima da usina, temos o custo por KWh, que será o mesmo ao longo de pelo menos 20 anos. Esse mecanismo atua como uma proteção da empresa contra flutuações no preço da energia, e logo, no seu custo de produção, remetendo diretamente à sua competitividade no mercado.

O QUE É PRECISO PARA CONSTRUIR UMA USINA REMOTA?

Em resumo, muito estudo. Estudo realizado por profissionais que entendem todas as variáveis técnicas e tecnológicas envolvidas, riscos regulatórios, etc. De posse desse estudo, será montada uma análise de viabilidade técnica e financeira. Essa análise é que mostrará o quanto o investidor irá economizar, sua taxa de retorno sobre o investimento, quais melhores métodos de financiamento e aporte financeiro, quantificação dos riscos regulatórios e até a viabilidade técnica de se construir uma usina num determinado local, que depende muito da infraestrutura elétrica pré-existente na região.

Tem dúvidas? Quer discutir uma solução remota para sua empresa e associadas? Entre em contato  com a Solexor !